CARLOS VILMAR

Origem da família Carneiro

Há diferentes teorias para a origem dos primitivos portadores do sobrenome Carneiro. Segundo uma delas, os Carneiros se dizem descendentes de Monsieur Joani Mouton, cavaleiro natural da França, que veio na Armada dos Gascoens em 980 tomar dos mouros a Cidade do Porto, e as terras entre Tamega e Douro; pois como na lingua francesa a palavra Mouton quer dizer o mesmo que Carneiro, se derivaria dele o sobrenome Carneiro. Dizem ser solar desta familia, a freguesia portuguesa de Carneiro (situada na cidade de Amarante). Era Monsieur Joani Mouton descendente dos Duques de Mouton na França (Veja "o Marquez de Montebello ao Conde D. P° a Plana 309 a fl. 585") (Felgueiras Gayo).
Para o renomado historiador português José Pedro Machado (em "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa"), trata-se de um apelido de família proveniente do nome comum carneiro. Como sobrenome, está atestado, pelo menos, desde oséculo XIII.
Manuel de Sousa, em "As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas", dá como incerta a proveniência do apelido: portuguesa, relacionada com um lugar assim chamado em Gestaçô (Guimarães, Norte de Portugal); e espanhola ou francesa. Manuel de Sousa indica que a mais antiga referência deste apelido é a um Pedro Carneiro, senhor das terras de Valdevez (hoje, no distrito de Viana do Castelo, Norte de Portugal), no tempo de Conde D. Henrique.
Tem, portanto, cabimento a hipótese de o apelido derivar de um topônimo do Norte de Portugal. Note-se, porém, que as localidades conhecidas por Carneiro nem sempre devem este nome ao animal assim designado. Há povoações galegas chamadas Carneiro, nome que, segundo Fernando Cabeza Quiles (em "Os nomes de lugar – Topónimos de Galicia: a súa orixe e o seu significado"), tem origem num radical indo-europeu *carn-, com o sentido genérico de «pedra». Carneiro pode, portanto, ser também um "lugar onde (só) existem pedras".
Ao contrário do que diz o mito brasileiro, não se trata de sobrenome cristão-novo, sendo comprovadamente existente em Portugal desde, pelo menos, o século XIII, ou seja, muito tempo antes das "inquisições" espanhola e portuguesa.


A família Carneiro é formada basicamente por Judeus da Espanha que viveram a era de ouro do Judaísmo durante a diáspora na península Ibérica. Segundo conta a tradição, a Espanha era abrigo para muitos judeus de vários lugares e foi o refúgio do judaísmo durante a diáspora. A Espanha era até tratada por muitos desses judeus, conhecidos como sefarad, como sendo sua própria casa e com um carinho especial, como sendo extensão de Jerusalém. Mesmo assim, com a intolerância da Igreja Cristã, os judeus sefaradim oriundos de vários lugares, foram expulsos da Espanha para Portugal, alguns ainda retornaram para o norte do Marrocos, outros permaneceram em Portugal e sofreram o processo inquisitório do “Santo Oficio”.  A inquisição católica considerava crime a prática do judaísmo  sendo punido com a morte. Como para o Judaísmo, nada no homem, propriamente dito, é mais importante do que a preservação da vida, muitos se esconderam, sendo cristãos nominais e vivendo as escondidas um cripto-judaísmo. Chamados então de Cristãos-novos os judeus não podiam nem falar de suas origens. Mesmo sem status, tinham que provar o seu valor entre os cristãos. E como os judeus sempre foram excelentes navegadores e conhecedores de astros e pontos cardeais foram muito utilizados nas navegações portuguesas. Os que poderiam se misturar com o portugueses ficaram em Portugal. Os que tinham mais dificuldade de se misturar pela aparência física e pelo preconceito latente, foram enviados para o Brasil. Desses, poucos se arriscavam a viver judaísmo. Os que se arriscavam eram julgados e mortos. No nordeste durante muito tempo ainda se respeitava o shabat, mas era muito difícil sem a ajuda fazer o devido retorno. Para proteger os filhos muitos judeus não contavam as histórias para as crianças, mas transmitiam as tradições sem dizer o porquê e depois de algum tempo transmitiam alguns segredos aos filhos homens mais velhos. Crianças sempre falavam e arriscavam a vida de toda uma família. A tradição de permanecer entre famílias é vista até hoje no nordeste do Brasil onde os Bezerra, os Seixas, os Lopes e os carneiros dão em casar preferencialmente a essas famílias em algumas cidades de Pernambuco e Ceará. Os Sefarad (sarará) escondem suas origens entre simplicidade e união entre as famílias.

Como os judeus tiveram seus bens confiscados pelo governo Espanhol e Português, era difícil sair do Brasil. Uma pequena parte, que conseguiu vender seus bens, fugiu para Nova Amsterdã (EUA). Mas a Grande maioria dos sefaradim foram para os Sertões e agrestes do Brasil, remontando assim o ambiente do Egito onde outrora, também éramos cativos. Algumas famílias Sertanejas de Cidades Isoladas do Nordeste e Minas gerais ainda guardam a tradição de casarem entre os primos e famílias amigas, uma arma para a proteção dos Sefaradim. Alguns já estão retornando por que guardavam algumas informações da tradição, outros só guardam os costumes. A verdade é que a Alma Judaica sempre vai sentir falta do Eterno e do Judaísmo. E Muitos  sofrem sem saber sua herança. A história ainda está sendo Escrita. Como vai terminar? Não sabemos. A única coisa que sabemos é que ninguém pode dar margens a um futuro, se não conhecer seu passado.

NOTA: esse blog tem a intenção de ser uma revista que relata questões de tradição familiar e embora tenhamos contato religioso e cultural, não representamos nenhum órgão oficial. Até porque a grande parte dos órgãos oficiais que tratam desse assinto são Azkenazim e não sefaradim. As informações aqui pautadas são de fontes históricas e tradicionais e não tem intuito de ser verdade absoluta. O que podemos fazer é unir a família e tentar ajudar aos nossos que estão espalhados a se reunir novamente. Quanto a preocupação de credo, política e outros detalhes, não nos importa muito. O que mais vale é a teshuvah (retorno/ conversão) escondida em um quarto dentro de sua casa no shabat, do que uma vida de judaísmo aberto e sem aceitação. Judaísmo é vivido no coração da família, no aprendizado, no guardar mandamentos e amor a HaShem (o Eterno). Lembre-se sempre que a Esnoga está dentro da sua família. Entregar a tradição a um filho e ensina-lo a honrar ao Eterno com o que ele nos pediu na torah é a melhor coisa que um pai e uma mãe pode fazer por ele. Pense nisso.

Procure conhecer e andar nos mandamentos antes de procurar um órgão só para dizer que é judeu. Conheça sempre mais, e procure andar segundo a obediência do Eterno. Mais do que as tradições, tudo começa com um coração obediente.

Que HaShem abençoe a todos. Espero ter ajudado com as informações que muitos estavam solicitando. Shlam.




Para mais informações entre em um grupo da família:

familia_carneiro-subscribe@yahoogrupos.com.br

 
FONTE: http://www.bneianussim.wordpress.com

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